Artistas pedem a Biden que recuse acordo ambiental com o Brasil

Dezenas de celebridades brasileiras e americanas, incluindo os atores de cinema Joaquin Phoenix, Leonardo DiCaprio, a pop star Katy Perry e o músico Gilberto Gil, divulgaram uma carta na terça-feira instando o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a não concordar com quaisquer acordos ambientais com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.

Os Estados Unidos vêm mantendo conversas com o Brasil desde fevereiro sobre uma possível colaboração para impedir a destruição da floresta amazônica, embora o ministro do meio ambiente do Brasil tenha dito à Reuters que nenhum acordo estaria pronto para a cúpula do Dia da Terra nos EUA nesta semana, organizada por Biden.

O desmatamento na Amazônia disparou sob o direitista Bolsonaro, que enfraqueceu as proteções ambientais e pediu o desenvolvimento da floresta tropical.

Grupos indígenas e ambientalistas dizem que qualquer acordo com o governo Bolsonaro corre o risco de legitimar um governo brasileiro que incentiva a destruição do meio ambiente e as violações dos direitos humanos.

“Instamos seu governo a ouvir o apelo deles e não se comprometer com nenhum acordo com o Brasil neste momento”, disseram as celebridades nesta terça-feira em carta aberta dirigida a Biden.

O gabinete de Bolsonaro e um representante da administração Biden não responderam imediatamente ao pedido de comentários.

Entre as assinaturas, incluem as de Mark Ruffalo, Rosario Dawson, Uzo Aduba, Sigourney Weaver, Jane Fonda, Alec Baldwin e Orlando Bloom, bem como os músicos Caetano Veloso e Philip Glass.

“Nós nos juntamos a uma coalizão crescente … para exortar seu governo a rejeitar qualquer acordo com o Brasil até que o desmatamento seja reduzido, os direitos humanos sejam respeitados e a participação significativa da sociedade civil seja alcançada”, disse a carta.

A carta pede a Biden que mantenha diálogos com governos estaduais e locais brasileiros, indígenas e sociedade civil sobre possíveis soluções para a Amazônia antes de assumir compromissos ou financiar novas iniciativas.

O desmatamento na parte brasileira da Amazônia atingiu um pico de 12 anos em 2020, com uma área 14 vezes o tamanho da cidade de Nova York sendo destruída, mostraram dados do governo.

Fonte.